A
complexidade do fenômeno da migração foi debatida em Porto
Alegre, no Rio Grande do Sul, com a realização do 1° Seminário de
Mobilidade Humana. O encontro teve como tema: “Tendências e
desafios no Brasil e no Rio Grande do Sul”. A Rede Um Grito Pela
Vida, que integra o Fórum Permanente da Mobilidade Humana/RS
participou como co-promotora do evento.
Irmã
Eurides Alves de Oliveira, representante da Conferência dos
Religiosos do Brasil (CRB Nacional)
na rede intercongregacional Um Grito Pela Vida, explanou sobre
o Tráfico de Pessoas no painel "Fluxos atuais da Mobilidade
Humana no RS”. A religiosa ICM abordou a realidade do Tráfico
de Pessoas e os impactos dessa rentável modalidade de crime.
Irmã
Eurides afirmou que o Tráfico de Pessoas se apresenta como uma
interface relevante do fenômeno da Mobilidade humana. Que “ao
longo da história, os contextos da mobilidade humana e a
mercantilização dos seres humanos para fins de exploração e lucro
ilícito, tem tido estreita relação. Salientando que embora,
migrar, ir e vir de um lugar para o outro com liberdade, seja um de
direito, que deve ser preservado e garantido a toda pessoa, no
sistema
capitalista centrado na economia de mercado, o movimento humano é
concebido como ameaça a estabilidade ou como mecanismo de obtenção
de lucro, através da comercialização e exploração do corpo e da
força de trabalho de milhares de mulheres e homens. Fator que se
caracteriza e dá moldura a rede criminosa e altamente lucrativa do
tráfico de pessoas.” Esclareceu pontos fundamentais que
caracterizam este grave problema no contexto brasileiro e no Rio
Grande do Sul, que como um estado fronteiriço possui uma
singularidade para o tráfico de pessoas ligado ao turismo sexual.
nesta ocasião Irmã Eurides também apresentou a Rede Um grito Pela Vida, iniciativa intercongregacional da Conferência dos Religiosos/as do Brasil, CRB Nacional e integrante da Talitakun - a Rede internacional da Vida Religiosa no enfrentamento ao Tráfico Humano, coordenada pela UISG – União Internacional das superioras Maiores.
“Religiosas de várias Congregações têm nas últimas décadas, assumido mundialmente, a luta pela erradicação do tráfico de pessoas, como um campo de atuação missionária. Um espaço e causa de fronteira na qual Deus a impele a reagir e agir com solicitude e audácia profética. Sensibilizar e socializar informações sobre o Tráfico de Seres Humanos; capacitar multiplicadores, multiplicadoras para ações educativas de prevenção, assistência e incidência política na luta por políticas públicas de enfrentamento desta realidade.
O ponto alto do Seminário foi a
composição do Comitê Rio Grande do Sul para migrantes,
refugiados, apátridas e vítimas do tráfico de pessoas - COMIRAT
com o objetivo de Incluir refugiados, migrantes e apátridas em
políticas públicas, produzir conhecimento sobre estes temas e
elaborar um plano de ação para estas populações e também para as
vítimas do tráfico de pessoas.
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